Partindo do anseio de contribuir com uma indústria mais sustentável, os mexicanos Adrián López Velarde e Marte Cázarez criaram o chamado couro de cacto. Sobretudo, o tecido é livre de crueldade animal, não contém produtos químicos e ainda é parcialmente biodegradável.

A princípio, a ideia surgiu quando os jovens estavam à procura de um tecido ecológico que não prejudicasse animais. Velarde e Cázares pesquisaram diversas alternativas até encontrarem a espécie Opuntiaficus-indica: uma família de cactos que não requer irrigação e possui espinhos pequenos e resistentes ao frio, o que garante uma produção frequente de matéria-prima ao longo dos anos.

Encontrada na cidade de Zacatecas, a planta deu origem ao Lineapelle, tecido respirável, criado a partir da mistura de cacto e algodão, com inúmeras espessuras e durabilidade de até 10 anos. Além disso, os fios podem ser utilizados em artigos de moda, móveis e, até mesmo, dentro da indústria automotiva.

Processo de fabricação do couro de cacto

Embora inúmeras indústrias ainda lucrem (e muito!) com a crueldade animal, a tendência é que esse mercado seja reduzido com o passar dos anos. Pelo menos, é o que pensa López, um dos fundadores do couro de cacto. Contudo, para que o avanço se torne uma realidade, o planeta precisa (e muito) de novas alternativas sustentáveis.

Primeiramente, o processo de fabricação da pele orgânica é iniciado pelo corte das pencas maduras – realizado sem matar a planta. Posteriormente, as pencas são deixadas ao sol por três dias seguidos para secarem. A seguir, é preciso refinar a trituração até atingir nível adequado para a pulverização. Então, para elaborar o pó, uma proteína encontrada no cacto é extraída através do congelamento.

Para finalizar, é preparada uma mistura entre extrato, pó de cacto e outros aditivos naturais que estabelecem uma ligação molecular entre a química sintética e orgânica e, deste modo, preserva o desempenho e a qualidade do material que será fabricado. Ademais, a mistura gerada durante o processo pode ser adicionada ao algodão ou poliéster reciclado.

Números

Até o momento, a companhia da dupla chamada Adriano de Marti, possui dois hectares de cultivo. Porém, conta com uma capacidade de extensão para abrigar até 40 hectares. Seu potencial de produção atual é de 500 mil metros lineares por mês de pele vegetal.

A urgência por mudanças

De acordo com o relatório da Global Fashion Agenda, a indústria da moda ocupa a 5ª posição entre as mais poluentes do mundo. Ou seja, provoca impactos gigantescos aos recursos naturais. Nesse sentido, se levarmos em conta a tendência de intensificação das trajetórias de produção, chegará o momento que as consequências, ameaçarão, até mesmo, as próprias indústrias. Por esses e tantos outros motivos, é fundamental encontrarmos formas de consumo menos exploratórias.

Verdadeiros inovadores sustentáveis, López Velarde e Marte Cázarez lançaram oficialmente a pele vegana na exposição Lineapelle, em Milão, no começo de outubro. Atualmente, o maior objetivo da dupla é que grandes marcas das indústrias automotiva e de vestuário, passem a substituir a pele animal pelo “couro vegano” de cacto.

Nós, da Vegano Shoes, desejamos todo o sucesso desse mundo, que implora por mudanças significativas.

Enfim pessoal, curtiram o post sobre o couro de cacto? Continuem ligados no blog da Vegano Shoes e fique por dentro de conteúdos sobre sustentabilidade, meio ambiente, veganismo, moda e muito mais!