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Nas últimas semanas a água dos chamados Rios Voadores, que transportam, a partir da atmosfera, a umidade da Amazônia para todo o Sul e Centro-Oeste do continente, foi substituída por grande onda de fumaça que encobriu o céu nos estados de São Paulo e Paraná.

Inicialmente, a maioria das pessoas pensou que as causas fossem motivadas pela neblina, ou, até mesmo, por uma brusca mudança climática que estaria por vir. Antes fosse, dias depois, foi descoberta a verdadeira razão do céu praticamente pintado de cinza: a quantidade de focos de incêndio registrados na Amazônia. Durante os meses de janeiro a 20 de agosto, o número de queimadas na região foi superior ao mesmo período de 2018.

Na Amazônia brasileira, os índices de alerta de desmatamento estão estreitamente relacionados à incidência de fogo, uma das principais ferramentas utilizadas para consumar a ação. Para se ter uma ideia, das dez cidades da região com maior número de chamados registrados pelo sistema Deter (Inpe), oito ocupam o topo do ranking de queimadas.

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Os dias 10 e 11 de agosto ficaram marcados como o “dia do fogo”. A data foi estipulada por mais de 70 pessoas entre sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros que combinaram os incêndios por meio de um grupo no WhatsApp. Já previamente planejada, a atividade foi responsável pelo aumento de 300% dos números de focos de calor de um dia para o outro em Novo Progresso, a principal cidade da região.

É fato que os criminosos que ateiam fogos e sentem encorajados pelos discursos e ações adotadas pelo governo atual, que tem praticado uma verdadeira desestrutura na política ambiental brasileira.

Uma recente reportagem do site Globo Rural, revelou que a intenção do grupo era manifestar apoio às ideias do Presidente de reduzir a fiscalização do Ibama e, até mesmo, conseguir o perdão das multas pelas infrações cometidas ao meio ambiente.

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Além disso, o recente ataque do governo contra o Fundo da Amazônia, por exemplo, resultou no bloqueio de R$ 288 milhões em doações da Noruega e da Alemanha e incentivou consequências cruéis para o combate ao desmatamento e ao fogo na Amazônia.

Isso porque, no fim de 2018, foi constatado que as ações de controle e monitoramento, entre elas a prevenção e combate aos incêndios florestais e queimadas não autorizadas representavam 47% do valor destinado aos projetos apoiados pelo Fundo, totalizando R$ 891 milhões. Dessa quantia, cerca de 90% foi destinada a projetos implementados por entidades da administração pública brasileira e puderam comprovar a importância estratégica do Fundo para a conservação da Amazônia.

Vale lembrar que as queimadas e mudanças climáticas operam em um círculo vicioso que prejudica o planeta inteiro, afinal, quanto maior o número de queimadas, mais emissões de gases de efeito estufa que estimulam a frequência de eventos extremos como as grandes secas.

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Ademais, o desmatamento influencia diretamente no padrão de chuvas na região, que amplia a duração da estação seca e afeta ainda mais a floresta, a biodiversidade e a saúde humana.

Entre as principais razões da atual situação da Amazônia destacam-se a impunidade a crimes ambientais, retrocessos em políticas ambientais, atividade pecuária extrema e retomada de grandes obras.

Porém, por mais que essa pauta esteja em ampla discussão atualmente, o problema não vem de agora. Muito pelo contrário. No período entre 1990 e 2010, cerca de 55 milhões de hectares foram derrubados e o ritmo da destruição entre 2008 e 2018 foi 170 vezes mais rápido do que o registrado na Mata Atlântica durante o Brasil Colônia.

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Aproximadamente 20% da floresta original já foi colocada abaixo sem atribuir benefícios significativos à população brasileira ou para o desenvolvimento da região. Em contrapartida, os prejuízos são inestimáveis.

Para a maior parte dos amazonenses, o desmatamento da região não se converteu em riquezas. A maior prova disso é que os municípios do Estado estão entre os de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e IPS (Índice de Progresso Social) do país.

Eles seguem o método chamado “boom colapso” que, a princípio, integra o fácil acesso aos recursos naturais e produz uma explosão de riqueza. Porém, toda essa fartura fica concentrada nas mãos de poucos e é findada em curtos períodos. O resultado disso são cidades carentes de empregos e com infraestrutura deplorável por conta da concentração de renda.

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Ainda há quem diga que o desmatamento estimula a economia. Ledo engano, a contribuição econômica desse tipo de ação é mínima. A nível de informação, toda a área desmatada durante o período de 2007 a 2016 representou somente 0,013% do PIB médio deste intervalo.

Ademais, o argumento de que o desmatamento da Amazônia é necessário para intensificar a produção agrícola também é inválido, uma vez que já existem grandes áreas desmatadas que não são utilizadas de forma adequada e apresentam inúmeras pastagens degradadas.

Sabemos o quanto essa situação é triste, não só para o Brasil, afinal, essas ações afetam o planeta inteiro, causam conflitos sociais, doenças, mortes, aumento de risco climático, e até mesmo, uma grande ameaça de boicote comercial, afinal, nenhum país quer contribuir com o desmatamento da Amazônia.

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Neste momento, cabe a nós, efetuarmos algumas ações de modo a reduzir o desmatamento como priorizar empresas sustentáveis, apoiar produções ecológicas e boicotar empresas que promovem o desflorestamento.

Além disso, evitar o consumo de alimentos com origem animal é mais importante do que nunca, afinal, nós sabemos o quanto a indústria pecuária contribuiu para os dias sombrios que temos presenciado.

Fonte: greenpeace

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