Os movimentos vegano e vegetariano têm crescido consideravelmente no mundo inteiro, inclusive, no cenário nacional. De acordo com o IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, atualmente, o Brasil abriga, quase 30 milhões de pessoas vegetarianas, que representam 14% da população, quase o dobro em relação há seis anos atrás, quando, apenas 8% dos brasileiros eram declarados vegetarianos. O crescimento do veganismo e do vegetarianismo é, com certeza, uma ótima notícia para os animais e para todos nós, que defendemos os bichinhos constantemente, mas infelizmente, para o marketing empresarial, essa informação também é um prato cheio.
Se analisarmos o comércio e o consumo de forma mercadológica, concluímos que, o que define e agrega valor aos produtos são, normalmente, as matérias-primas com alta qualidade e durabilidade, oferecidas pelas marcas, assim como a disponibilidade de cada uma delas. Mas, parece que esse conceito limita-se apenas à teoria, pelo menos no quesito produtos veganos.
Quando a questão é alimentação, existem vegetais mais caros e outros mais baratos, da mesma forma que as carnes, existem as mais estimadas e as mais acessíveis, o que é absolutamente normal. Mas, em geral, observamos que algumas empresas comercializam produtos veganos industrializados e muitas vezes, absurdamente caros, isso porque o veganismo ainda é considerado um mercado de nicho, ou seja, um segmento formado por uma pequena parcela de consumidores de um mercado maior, cujo as necessidades são pouco exploradas e não atendidas pelos fabricantes principais de um determinado produto ou serviço.
Se levarmos essas informações em conta, fica fácil concluir que o elitismo dentro do veganismo existe sim, mas engana-se quem acredita que ele seja propagado pelos próprios adeptos, o elitismo ocorre única e exclusivamente por parte dos capitalistas que, muitas vezes, nem abraçam a causa, mas vêm uma oportunidade de lucrar com o crescente número de pessoas que decidiram abandonar produtos de origem animal.
Porém, uma outra tendência de mercado, também indica que, conforme o nicho vegano se expandir, novas empresas surgirão e a concorrência será expandida, o que motivará uma significativa redução nos preços dos produtos. Além disso, é bem provável que a carne, produzida de forma tradicional, vá encarecendo com o passar do tempo, isso porque, as grandes indústrias da pecuária terão os custos de produção mais elevados, devido à destruição do meio ambiente, fato que elas mesmas colaboram. Ou seja, em breve, o jogo pode virar, não é mesmo?
Mas até isso acontecer, é preciso esclarecer que, os alimentos tido como “essenciais” para uma dieta vegana, como feijão, lentilha e grão-de-bico, arroz, milho e cereais, geralmente, são de fácil acesso. Ou seja, muitas vezes, o que “gourmetiza” o veganismo é a forma inadequada como ele é divulgado por muitos sites pró-veganos, que costumam dar mais atenção aos produtos de preços altos e acabam não favorecendo os mais populares, como se as próprias empresas criassem uma necessidade que não é real, apenas para se apropriarem desse estilo de vida.
Gostaríamos de deixar claro que, para ser um adepto do vegetarianismo ou veganismo, você não precisa ser rico e nem adquirir produtos somente em lojas de produtos naturais, varejões e feiras livres possuem uma infinidade de alimentos veganos que não são elitizados, é preciso pesquisar onde você vai e de quem você compra, só assim, você aprenderá a fazer escolhas incríveis que não pesam no seu bolso, e muito menos, na sua boa relação com o planeta.
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