O principal objetivo do movimento feminista é quebrar as regras impostas pelo patriarcado, como atitudes e comportamentos machistas e sexistas, por isso, é importante levar em conta a vulnerabilidade dos animais, que também é utilizada como justificativa para abusos. Dessa forma, o post de hoje pretende esclarecer que a luta pelos direitos dos animais é uma extensão do feminismo.
Sabemos que os animais, enquanto seres frágeis e vulneráveis, não podem consentir nem se manifestar em oposição aos humanos, não podem lutar ou resistir, e que, a capacidade reprodutiva das fêmeas é totalmente manipulada, pela vaidade, ganância e ambição humana.
Além disso, os seres não humanos, também sofrem a objetificação – termo criado no início dos anos 70 para analisar um indivíduo submetido a nível de objeto, sem considerar seu estado emocional ou psicológico-.
As mulheres adeptas ao feminismo provavelmente já estão familiarizadas com este conceito, até porque, repetidamente, são vítimas de exploração sexual, têm seus corpos expostos e reduzidos a instrumentos sexuais e sofrem, constantemente, outras terríveis formas de violências como perseguição, espancamento e estupro. Isso indica que a cultura patriarcal enxerga as mulheres como objeto de prazer para os homens, e corpos não humanos como objetos descartáveis, seja para consumo alimentício, projetos científicos, ou, impostos pelas tendências egoístas que ditam à moda.
A objetificação é o motivo pelo qual as indústrias utilizam ratos, porcos, macacos, coelhos, cachorros e outros tantos animais em testes científicos, esse conceito também justifica a utilização de não humanos no mercado de entretenimento, em ambientes como zoológicos, aquários e canis. Desde os princípios, a sociedade é induzida a diminuir e não respeitar as outras formas de vida, isso faz com que o capitalismo lucre às custas dos bichos, porque as pessoas realmente acreditam que esses espaços são divertidos e não perpetuam nenhum tipo de violência.
Outra questão que merece ser analisada é a exploração animal: os corpos animais também são submetidos à cultura do estupro, os seres não humanos são igualmente sexualizados, já que são selecionados de acordo com seu sexo. No caso das fêmeas, a capacidade de se reproduzir define a forma como suas vidas serão manipuladas. Fêmeas de inúmeras espécies suportam uma existência miserável, regada à violência e opressão, por causa de suas gestações frequentes, já que vacas e porcos ficam constantemente prenhas, enquanto galinhas são criadas para produzir uma quantidade inesgotável de ovos, o que gera esforço e sofrimento incabíveis para seus organismos, além de desencadear uma série de doenças reprodutivas. É importante que a luta contra o estupro aborde também o consumo de corpos de animais que sofrem torturas.
Recentemente, um artigo do New York Times, denominado “O Abuso Animal Como Pista Para Crueldades Adicionais” da Deputada Estadual de Connecticut Diana S. Urban, apontou que o abuso de animais é um dos quatro indicadores utilizados pelo FBI para avaliar um futuro comportamento violento. Através desse fato, podemos observar , de forma clara, a relação de violência com seres não humanos e agressões a outros indivíduos de maneira geral.
Um estudo realizado pela American Humane Association constatou que 88% dos lares em que houveram abuso infantil, estava presente, também, o abuso animal.
Entre as mulheres que denunciam seus parceiros, mais da metade afirmam que seus animais de estimação também foram feridos ou ameaçados durante os atos de agressão.
A ligação entre a violência doméstica e a violência animal comprova que o patriarcado se utiliza das minorias fragilizadas.
Outro ponto considerável é que, muitas vezes alguns “clichês” são utilizados na tentativa de neutralizar comportamentos abusivos. Quantas vezes já escutamos “homens são homens” como justificativa de violência, traição ou outros tipos de atitudes destrutivas contra as mulheres? Quando o gênero é imposto na tentativa de defender atitudes repugnantes, o machismo é instalado. Isso também ocorre com os animais, as propagandas dizem o quanto os hambúrgueres são deliciosos, mas ninguém aborda o sofrimento animal por trás desse processo, a maneira como eles são torturados e massacrados não é descrita em nenhum momento porque não faz parte dos interesses capitalistas. Além disso, existe a narrativa equivocada de que a proteína animal é fonte de nutrição eficaz. São inúmeras ilusões impostas pela mídia em geral que, se nunca questionarmos e somente aceitarmos, jamais entenderemos o que se passa por trás dos interesses individuais.
Existem ainda inúmeros outros fatos, argumentos e estudos que comprovam o quanto o especismo e o machismo andam de mãos dadas, e nós, da Vegano Shoes, acreditamos que podemos sim combater comportamentos abusivos e violentos com a união de duas causas nobres como o veganismo e o feminismo.
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15 de setembro de 2018 at 00:04
Gratidão por compartilhar! Veganismo interseccional é nosso caminho, até porquê uma luta não inviabiliza a outra e todas as formas de opressão acabam sendo interligadas pela noção de poder e submissão que buscam impor. Racismo, machismo, especismo…devemos aprender com os ativistas (majoritariamente) das outras causas, no fundo o intuito é um só : buscar harmonia neste planeta que habitamos.
A quem chegou até aqui, recomendo o podcast (entrevistas gravadas que ficam sempre disponíveis) Outras Mamas, que sempre convida mulheres veganas a falar sobre a ligação entre o feminismo e o veganismo! Basta clicar no link : https://medium.com/outras-mamas-podcast .