A revista internacional Biological Conservation, reconhecida por publicar artigos que abrangem diversos campos que contribuem para as dimensões biológica, sociológica, ética e econômica da conservação, desenvolveu uma síntese com 73 estudos publicados para comprovar que estamos vivendo o mais massivo episódio de extinção desde o desaparecimento dos dinossauros.
De acordo com os estudos dos cientistas Francisco Sanchez-Bayo e KrisWyckhuys, das universidades de Sydney e Queensland, atualmente, cerca de um terço das espécies de insetos estão ameaçadas de extinção.
Segundo os pesquisadores, se o ritmo de desaparecimento seguir da forma em que está, em cinquenta anos, haverá apenas metade dos insetos que existem hoje, e, em cem anos, não existirá mais nenhum.
Esses pequenos animais que compõem dois terços das espécies terrestres são de vital importância para os ecossistemas do planeta.
Entre as espécies mais afetadas estão as borboletas e mariposas da família Lepidoptera, além de abelhas, vespas, formigas, besouros, joaninha, etc. Alguns insetos aquáticos, como libélulas e baratas d’água também não serão poupados.
Grande parte das pessoas se sente incomodada com a presença dos insetos, seja pela sujeira ou barulho, mas, é preciso que haja conscientização coletiva para entender que eles fazem parte da natureza e que, a ausência deles ameaça toda a diversidade mundial.
De acordo com análise realizada em 2017 e com base em registros feitos na Alemanha, somente o continente europeu perdeu 76% dos seus insetos em menos de trinta anos, ou seja, esse curto período foi capaz de motivar a morte de mais de quatrocentos milhões de aves. Isso porque os pássaros, assim como os lagartos, anfíbios e peixes se alimentam, especificamente, se insetos. Já parou para pensar que a variedade biológica está morrendo de fome?
Como se não fosse o bastante, as plantas também têm suas vidas diretamente ameaçadas pela escassez de insetos polinizadores que atuam na simplificação de duas reproduções. De acordo com a organização não governamental Greenpeace 75% da produção global de alimentos depende desses insetos.
A redução dos insetos tem sido identificada desde o início do século XX, mas, a partir do início de 1950, o fato vem tomando proporções alarmantes. Questões como a urbanização e o desmatamento influenciam significativamente para o desaparecimento dos habitats dos insetos, além disso, esses fatores são impulsionados pela intensificação das práticas agrícolas atuais que fazem o uso frequente (e cada vez mais massivo) de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos.
O cientista ambiental e ecologista Bayo-Sánchez listou novas classes de inseticidas como os neonicotinoides, banidos da França desde 2018, que continuam no ambiente. De acordo com Sánchez, eles esterilizam o solo e matam todas as larvas. A soma dos pesticidas com as mudanças climáticas, animais invasores e com os patógenos (vírus e parasitas), aos quais algumas espécies se tornaram menos resistentes, é a maior causa da instantânea desaparição dos insetos.
Se o Governo brasileiro ainda não se manifestou e prefere tapar os olhos para as questões ambientais enquanto incendeia as matas nativas do Norte, o vice-presidente do Comitê Francês da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) declarou recentemente que é necessário mudar o rumo, e ainda afirmou que, obviamente, o desaparecimento dos insetos é motivado por pesticidas, inseticidas e também os herbicidas que destroem os ambientes em que vivem.
O que esperar do futuro? Ao que tudo indica, os dias sombrios motivados pelas queimadas excessivas são só o começo de um amanhã desastroso.
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