A preocupação dos consumidores com questões ambientais, tem feito com que muitas empresas tomem ciência de que devem mudar. Diante disso, essas empresas começaram a trabalhar com produtos sustentáveis ou que busquem por sustentabilidade. Porém, será que podemos acreditar nesta boa vontade de todas empresas? A preocupação é realmente com o meio ambiente? Felizmente, muitas vezes sim, todavia, ainda temos os aproveitadores. Temos que ficar de olho! Trataremos, neste post, do tema “greenwashing”. Já ouviu falar sobre?
A escolha da empresa na hora da compra.
Certamente, a sustentabilidade é um dos assuntos mais discutidos na atualidade. As empresas estão se preocupando mais, com o “marketing” que traz a imagem de “amigo da natureza”.
No entanto, é importante notar que em certos casos esse novo discurso “verde” das empresas não é acompanhado de mudanças reais nos processos internos. Em junho de 2019, a Nielsen divulgou um estudo demonstrando que 42% dos consumidores brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir seu impacto ambiental. Foi descoberto também que, 30% dos entrevistados estão atentos aos ingredientes que compõem os produtos, ou seja, leem rótulos.
As empresas, tem mesmo que se adequar a este novo perfil. Contudo, de olho nestas oportunidades, algumas começaram a criar fake News sobre os produtos que vendem. Assim, surgiu o termo greenwashing, trata-se de uma “lavagem verde”.
Traduzindo, as empresas criam alguns fatores que agregam aos seus produtos e os tornam verde, amigos da natureza.
O IDEC(Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) fez uma pesquisa com 509 produtos em Supermercados, inclusive de grandes redes, a fim de descobrir se realmente eram produtos sustentáveis, ou se eram greenwashig. Entretanto, 47% dos produtos analisados praticavam Greenwashing. Um resultado que assusta, porém, serve para nos deixar atentos na hora da escolha.
Além disso, a agência canadense Terrachoice, fez uma lista dos sete pecados do greenwashing. Vamos dar uma olhada?
Sete pecados do greenwashing
1 – SEM PROVAS – Apelo ambiental que não pode ser comprovado por informações facilmente acessíveis ou por uma certificação de terceiros confiável.
2 – TROCA OCULTA – Apelo de que um produto é “verde” com base em um conjunto restrito de atributos, sem atenção a outras questões ambientais importantes.
3 – VAGUEZA E IMPRECISÃO – Apelo tão mal definido ou amplo que seu significado real é provavelmente mal-entendido pelo consumidor. “Todo-natural” é um exemplo. Arsênio, urânio, mercúrio e formaldeído são naturais. “Todo- -natural” não é necessariamente “verde”.
4 – IRRELEVÂNCIA – Apelo ambiental que pode ser verdadeiro, mas não é importante ou não ajuda os consumidores que procuram produtos ambientalmente preferíveis. O “CFC-free” é um exemplo comum, uma vez que é uma alegação frequente, apesar de os CFC serem proibidos por lei.
5 – MENOR DOS MALES – Apelo que pode ser verdade dentro da categoria de produto, mas isso pode distrair o consumidor dos impactos ambientais maiores da categoria como um todo. Os cigarros orgânicos poderiam ser um exemplo desse pecado, assim como o veículo utilitário esportivo de baixo consumo de combustível.
6 – LOROTA – Reivindicações ambientais que são simplesmente falsas.
7 – ADORANDO FALSOS RÓTULOS Produto que, por palavras ou imagens, dá a impressão de endosso de terceiros que não existe. Em outras palavras, etiquetas falsas.
Greenwashing no veganismo
Será que esta lavagem verde também se encontra no veganismo? Sem dúvida, algumas empresas estão se aproveitando do veganismo. Posto que se utilizam de informações falsas ou até mesmo usando a denominação: “produto vegano” para produtos que nem passam perto do veganismo. Qual seria o termo usado para essa empresa, “veganwashing”?
Pode acreditar que as veganwashing existem! Em pesquisas feitas, encontramos uma empresa que se diz vegana e cria calçados veganos, assim como a Vegano Shoes, mas na consulta de seu CNPJ aparece: “fabricação de calçados de couro”. Pasmem! Ou seja, essa empresa já existia e trabalhava com calçados de couro. Porém, enxergou a oportunidade no “mercado vegano”. Simplesmente criou uma marca paralela, nem se deu ao trabalho de criar outra empresa, usou o mesmo CNPJ, com outro nome. Todavia o mesmo CNPJ, consta em duas empresas diferentes. Será que dá para confiar em uma empresa assim? Isso prejudica muito o veganismo e as pessoas de boa-fé. Prejudica também as empresas sérias, que fazem o seu trabalho de forma correta e entregam o que prometem. Ainda mais quando essas empresas que fazem veganwashing, tentam se assemelhar a outra genuinamente vegana, criando uma confusão mental nos clientes.
Enfim, este post tem a intenção de orientar a todos. Façam pesquisa do CNPJ, quando ficar em dívida. Existem sites onde você pesquisa com facilidade e sem custos. Pesquise o máximo que puder sobre a empresa, assim fará uma compra consciente. Seja como for, gostaria de saber a sua opinião. Conte para nós o que achou deste post e fique de olho no blog, sempre com novidades.
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